Afinal Vicente Moura não se demite

“Preparámos os atletas desportivamente, não culturalmente. A educação é com o povo português”, palavras do presidente do Comité Olímpico Português (COP), Vicente Moura.

Pois bem, caro Comandante, talvez seja chegada a hora de juntar mais uma avaliação às capacidades desportivas dos nossos “olímpicos”, que seria uma avaliação psicológica para se saber se sofrem ou não de doença mental ou se são mesmo espertalhões. E que essa avaliação seja feita pelo povo português, como o senhor mesmo sugere.
É que tanto eu como muitos milhões de portugueses que assistiram nas duas últimas semanas às maiores bacoradas de grande parte desses atletas, não estamos dispostos a pagar mais milhões para manter essa pouca vergonha.

Não se trata de os obrigar a trazer mais medalhas, mas apenas respeitarem o povo que lhes pagou uma choruda bolsa para se prepararem durante quatro anos e uma viagem com estadia e tudo pago para assistirem ao maior espectáculo desportivo do mundo, in loco, enquanto que aqueles que os sustentaram e pagaram as despesas viram o “espectáculo vergonhoso” que eles deram, a partir de suas casas.

Os 14.000.000,00 de euros que se gastaram durante quatro anos para aquilo que se viu, dava para criar no mínimo muitos postos de trabalho, nem que fosse com a criação de escolas para ensinar a esses “olímpicos” portugueses o que significa alta competição, humildade, educação e respeito pelos milhões de contribuintes. O objectivo da maioria dos nossos atletas foi conseguirem os mínimos para terem viagem garantida para Pequim.

As frases que fizeram história

- De manhã só é bom é na caminha. (Marco Fortes)
Também eu gosto, mas tenho que me levantar às 6:30 da manhã todos os dias para apanhar o comboio de Sintra para ir trabalhar.
- Agora vou de férias. As africanas são fortes. (Jessica Augusto)
Claro que são fortes. Porque treinam para ganhar. Você treinou para... desistir.
- Entrar neste Estádio bloqueou-me. Agora vou para casa descansar. (Arnaldo Abrantes).
Bloqueou-lhe o cérebro? Não vi ninguém à sua frente a bloquear-lhe a passagem.
- Não sou muito dada a este tipo de competições. (Vânia Silva)
Valha-nos Deus, Vânia! Mas a menina pensava que ia para um concurso de culinária! Ou achava que “Jogos Olímpicos Pequim 2008” queria dizer “Loja de Artigos Chineses 0,50 €”? Para que é treinou tanto tempo? Para jogar “Sims” no portátil?
- A égua entrou em histería com medo do ecrã. (Miguel Ralão Duarte)
Senhor presidente do COP. Inclua para a campanha Londres 2012 uns quantos ecrãs de plasma para as cavalariças, uns sofás para os animais e uns machos para fazer companhia às éguas, tal como todos os concorrentes de outros países certamente tiveram. Há que dar condições iguais às nossas éguas.
- Lutei contra os árbitros (Telma Monteiro)
Eu sabia que conhecia aquela judoca de qualquer lado. Afinal era árbitra. Telma, não seria o chão que estava escorregadio? Quando não se sabe dançar diz-se que a sala é torta...
- É assim o tiro. Por um ponto se perde por um ponto se ganha! (João Costa)
É isso mesmo caro João. Tal como correr, saltar, nadar, remar, lutar, jogar… o desporto é isso mesmo. Mas não esperava tão fraca prestação do melhor do mundo. A arma estava carregada, não estava?
- Há pessoas que aqui vêm e que lhes é indiferente o 50º ou o 20º lugar (Vanessa Fernandes)
Isso é verdade, Vanessa. A postura de alguns dos nossos atletas foi essa mesmo. Tiveram a oportunidade única da sua vida para mostrar o seu real valor, a sua abnegação à modalidade, o seu amor à pátria, para serem lembrados com orgulho, mas faltou-lhes a humildade e a vontade para o fazerem. Faltou-lhes o querer, o sofrimento, o esforço, o objectivo da vitória. É próprio dos falhados!
A esses não os queremos mais a representar Portugal!

Senhor presidente do COP. Felicitei-o quando, depois da Vanessa ter ganho a medalha de prata, com todo o mérito, você anunciou que deixaria o cargo no final da campanha Pequim 2008. Coloquei-o na minha restrita lista de personagens íntegros, responsáveis pelos seus actos e por quem dirigem. Entretanto o que o fez mudar de ideias? O salário chorudo?
Claro que já o risquei da lista.
Os portugueses já estão habituados a que os dirigentes em Portugal nunca assumam as suas responsabilidades.
Por acado não se recorda de ter assinado um acordo em que se comprometia a trazer para Portugal 4 medalhas e 60 pontos, como meta mínima? Afinal o que trouxe? Como paga o resto? Ah, pois, o Ministro do Desporto perdoou a dívida.
E a próxima campanha "Londres 2012" como será? Para já com um grande aumento. Passa de 14 para mais de 21 milhões de euros. É o seu prémio.
Nós, portugueses pagantes, assumimos mais esta dívida... como sempre…!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Festival Panda – fraude patrocinada

Arrakis

A AVENTURA DE UM "TABELETE" MEO