EFACEC - Alguém me explique!

Em julho de 2020 o Estado (nós, os contribuintes) nacionalizou 71,73% do capital social da Efacec, constituída há mais de 70 anos, com atividade empresarial nos setores da Energia, Mobilidade Elétrica, Engenharia e Transportes, de caráter fortemente tecnológico, inovador e exportador e é uma referência internacional em setores vitais para a economia portuguesa.

Para salvar a empresa com 2500 trabalhadores o Estado injetou 200 milhões na empresa, para viabilizar a sua continuidade de forma a garantir a estabilidade do valor financeiro e operacional da Empresa, que gera um volume de negócios na ordem dos 400 M€.

Não entendo porque é que, com este volume de negócios, a empresa vai ser vendida ao fundo alemão Mutares por apenas 15 M€. Pior ainda, não entendo porque é que o Estado ainda tenha que injetar mais 150 M€. Quem é que vai pagar os restantes 340 M€?

Isto é o inverso daquilo que eu faço quando jogo no Euromilhões: invisto 10 eurinhos na espectativa de receber 20 Milhões. Aqui o estado investiu 350.000.000€ e vai receber 15 milhõezinhos.

Ah!... a Mutares mete 15 milhões na compra, mas entrega 66% de venda futura a Portugal. Se bem conheço alguns negócios destes, quando a Mutares vender o negócio, ainda o Estado vai desembolsar uns bons milhões para receber os 66% de nada.

Quinze milhões de euros. É este o montante que o fundo alemão Mutares vai pagar, em dinheiro, pela compra da Efacec, cujo capital social, depois do saneamento financeiro com perdão de dívida e uma operação harmónio, será de 300 milhões de euros. Os germânicos passam a ser o único dono da Efacec com um esforço financeiro muito inferior, mas o acordo de venda, revelado nos seus traços essenciais nesta quarta-feira pelo Governo português, garante que o Estado ficará, no futuro, com 66% da receita de uma potencial venda da empresa a outro investidor. E encaixará 75% de eventuais dividendos. LOL
Alguém me explica?

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Festival Panda – fraude patrocinada

Arrakis

A AVENTURA DE UM "TABELETE" MEO