deixem-me falar

SERÁ QUE ESTOU NA TERRA? Às vezes tenho a sensação que mudei de planeta e não dei por isso.  Ultimamente tenho dedicado mais tempo à leitura de jornais, não apenas por querer estar informado mas também por motivos profissionais. E se  antes demorava meia hora a ler “as gordas” e os temas que me despertavam algum interesse, agora dedico mais de três horas a ler dois jornais diários e ainda passo os olhos por alguns “gratuitos”. Talvez por isso me aperceba de coisas que antes não aconteciam, ou eu não estava tão atento.  Ora vejam só estes pequenos flashes que apanhei nos jornais de hoje, 30 de Julho:  – Segundo o último relatório da ONU, a nível global, o número de infectados pelo vírus da SIDA desde 2001 diminuiu. Em Portugal subiu 15%.  – Em 2013 prevê-se que 40% dos médicos de família se reformem. A Ministra da Saúde quer exigir exclusividade aos médicos do serviço público o que irá levar mais médicos para o sector privado. – O Tribunal Constitucional rejeito...

- 21 911 11 11… Está lá? Paulo? - Sim sou eu… - Então, como estava a praia ontem? - Praia? Eu não estou de férias… mas, quem fala? - Como quem fala? Não reconheces a voz do teu irmão? - Irmão??? Essa é nova! Que eu saiba sou filho único! - Mau… não és o Paulo? - Sim, sou, mas não tenho irmãos… - Que confusão… não fala do 21 911 11 11 ? - Não… fala do 21 922 22 22 ! - É pá! Desculpe… devo ter-me enganado a marcar o número. (Click) - 21 911 11 11… Está? Paulo? - Sou, mas não o Paulo que você procura… - Desculpe novamente. Mas tenho a certeza que marquei bem… - Pois tente marcar o meu número, o 21 922 22 22. - Vou tentar, mais uma vez desculpe. (Click) - 21 922 22 22… Está? Paulo, es tú agora? - Como sou eu agora? Claro que sou, estás a ligar para mim! - Que nada… estou a ligar para o teu vizinho…o Paulo... o outro Paulo. - Ahhhh… Então agora percebo o que é que os técnicos da VISABEIRA andaram a fazer aqui no prédio. Trocaram os números todos… Parece uma anedota, mas não é. Contactados...

A minha filhota de 5 anos insistia: “quero ir ao festival Panda” A culpa, e tem que haver sempre culpados, começa na TV Cabo. Se não tivesse o Canal Panda a minha filha não ficaria hipnotizada com as mensagens subliminares que moldam aquelas pequenas mentes. Assim, lá fomos para Cascais, para o parque da Gandarinha que se chama Parque Marechal Carmona. E aí começo a aperceber-me da fraude que ali se praticou em nome das crianças. Fraude 1: - Preço : Adultos 22,00 €, Criança (maior de 3 anos) 22,00 €. Ainda tentei convencer a minha esposa a deixar lá a criança de 5 anos sozinha mas quem é que a conseguia demover? Assim foram 44,00 euros, e não 66,00 €, porque eu fui ver os pescadores na Boca do Inferno durante 3 horas. Além de ser gratuito, o dia estava bom para os escaldões solares. Fraude 2: - Tempo: Período da manhã das 9:00 às 12:30. Período da tarde das 14:00 às 20:00 Quem foi de manhã não viu nada pois os espectáculos começaram às 15:00. Fraude 3: - Com tantas crianças o tempo mé...

Excelente ideia. Nem os americanos se lembrariam dela. É mais uma prova que estamos a ficar um país de alta tecnologia. Qualquer dia as ervilhas nascem com pernas… Um chip nas matrículas dos carros é coisa fina, de luxo. Os europeus vão roer-se de inveja por não terem matrículas chipadas. Vou até colocar um autocolante a dizer "ESTA MATRICULA ESTÁ CHIPADA. PROIBIDO ROUBAR". Para que serve? Por exemplo: se o meu carro for roubado do parque da estação da CP de Queluz, é roubado com um chip (coisa finíssima). O ladrão fica logo avisado que não pode usar a matrícula, pois não se pode colocar noutro carro, porque o chip fica zangado… Assim, se o meu carro for usado para um assalto a uma dependência do BCP ou à bilheteira do SLB, sabe-se logo que o carro tinha um chip. Alta tecnologia… Estou certo que com o uso de GPS, Radares, Satelites e ouitras Altas Tecnologias que o nosso país vai inventar, a polícia encontra logo o carro, a tempo de eu chegar à Estação ao fim do dia e regress...

O Estado (não, não somos todos nós, ao contrário do que nos querem fazer crer) vai-nos cobrar uma nova taxa, a dos Recursos Hídricos. Parece que vão ser mais 50 milhões de euros para o cofre do nosso (deles) Estado. Que bom, mais dinheiro para os que nos (se) governam, possam trocar de carro. Claro, carros com mais de 2 anos têm que ser trocados. Sobretudo os de alta cilindrada dos Ministros e Secretários de Estado. Afinal, sempre é preciso manter um certo "status", mesmo que o povo esteja a morrer de fome... Quase que me apetece dar razão a Fidel Castro! Voltando ao tema: O Estado vai impor à EDP o pagamento de uma nova taxa, e a EDP vai-nos cobrar a nós. Quem fica a ganhar? O Estado, a EDP e o Estado (não é erro, é mesmo assim). Felizmente que a Águas de Portugal capta a água de furos, caso contrário iríamos pagar a taxa em dobro, à EDP e à Águas de Portugal. O mais engraçado disto é que quem usa a água para consumo doméstico paga o mesmo que quem a usa para regar os campo...

Li num jornal gratuito de há uma semana atrás que as novas barragens que o governo autorizou a sua construção vão render aos cofres do Estado mais de 600,000,000 de euros. Isto numa primeira avaliação, pois certamente a factura que todos iremos pagar, não está contabilizada. As barragens adjudicadas irão ser construídas em Gouvães, Pedroselos, Alto Tâmega e Daivões. A Iberdrola (empresa espanhola que actua na distribuição de gás natural e na geração e distribuição de energia elétrica) é quem vai pagar metade da factura, cerca de 304 milhões de euros. Ou seja, entra dinheiro a jorros com a adjudicação da construção de novas barragens. Não se sabe é muito bem para quê… Mas mesmo assim ainda teremos que pagar as facturas de consumo de electricidade daqueles que, pelos motivos mais variados, não pagam? Juntemo-nos a eles!

Guerra Junqueiro (1850-1923) foi formado em direito pela Universidade de Coimbra, foi alto funcionário administrativo, político, deputado, jornalista, escritor e poeta. Foi o poeta mais popular da sua época e o mais típico representante da chamada “Escola Nova”. Poeta panfletário, a sua poesia ajudou criar o ambiente revolucionário que conduziu à implantação da República. Serve esta pequena apresentação deste homem das letras e da política como introdução para transcrever a definição que em 1886 ele fez do povo português. “ Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas...” Se hoje fosse vivo, Guerra Junqueiro certamente que escreveria a mesma coisa, pois esta definição adapta-se perfeitamente aos nossos dias. Com as devidas adaptações...